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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Check-up de Saúde

         Vira e mexe recebemos clientes com a intenção de realizar um "check-up". Inicialmente não apresentam queixas, se sentem bem, e nos procuram com a intenção de saber se a saúde está realmente boa. Evitar algumas doenças ou identificar outras, que diagnosticadas precocemente seriam curáveis, também são alguns dos objetivos do "check-up" de saúde. Atualmente, a maioria das pessoas associa "check-up" a exames de laboratório (colesterol, triglicérides, hemograma etc...) e de imagem (tomografia, ressonância, radiografia, endoscopia, colonoscopia etc...). 

      Gostaria de ressaltar que o "check-up" vai muito além de exames complementares. A oportunidade de exercer a medicina mais efetiva, a preventiva, não pode ser desperdiçada em uma consulta de “check-up”. Sem dúvida, precisamos de tempo para isso.

         Não existe fórmula de "bolo" em um “check-up” de saúde. Muito mais importante que exames complementares é um médico bom, da sua confiança, que te acompanhe ao longo da sua vida. Conhecendo a sua história e a dos seus familiares, a indicação dos exames se torna muito mais precisa e verdadeiramente útil. O desperdício de dinheiro e de preocupação com exames falsos positivos, que não vão alterar em nada a vida do cliente, são cada vez mais comuns no "check-up receita de bolo" difundido no nosso meio.

           Sabemos que, além de prevenir ou de diagnosticar precocemente, o controle de algumas doenças silenciosas, desde o início, pode impedir ou retardar as suas complicações. Os exemplos clássicos são a hipertensão e o diabetes. A relação médico-paciente é indispensável no controle destas doenças.

        Didaticamente, dividi o “check-up” em prevenção e controle. O sexo, a idade, a história clínica e familiar definem os exames a serem pedidos e a sua frequência. Trabalhos científicos são realizados com o intuito de definir os exames realmente benéficos na prevenção de diversas doenças, mesmo assim, ainda existem muitas dúvidas. Lembre-se que alguns exames preventivos também possuem datas para não serem realizados mais (colonoscopia, PSA e mamografia são alguns exemplos). Abaixo tentei facilitar o entendimento dos principais pontos a serem abordados e lembrados em um "check-up" de saúde. 


Prevenção:
  1. Câncer - Pele (Melanoma); Pulmão; Colorretal; Mama; Colo de Útero; Próstata
  2. Dor Lombar
  3. Doenças Sexualmente Transmissíveis
  4.  Infarto e Acidente Vascular Cerebral (Derrame)
  5. Obesidade
  6. Osteoporose
  7. Doenças Bucais
  8. Vacinações
  9. Quedas em Idosos
  10. Acidentes Automobilísticos
  11. Abuso de Drogas (tabaco, álcool etc...)

Controle:
  1. Hipertensão Arterial (Pressão Alta)
  2. Diabetes 
  3. Controle do Colesterol

      Este é um tema complexo, controverso (principalmente em se tratando de períodos), variável e bem extenso. Sugiro uma avaliação com o seu clínico geral de confiança para uma avaliação global e a definição correta dos exames a serem solicitados e dos especialistas a serem procurados. Geralmente as consultas de prevenção da saúde devem ser realizadas de 3 em 3 anos até os 50 anos e a partir daí, anualmente. Vale ressaltar que o "check-up" não impede o aparecimento das doenças. A prevenção e o controle tornam-se efetivos a partir de atitudes do dia-a-dia.




3 comentários:

  1. Excelente assunto para ser debatido, Breno! Tá aí... estou no último período da faculdade de medicina e, acredite, não houve um momento sequer, para discutir esse tema! Tão importante quanto tratar as doenças é preveni-las! e devemos saber fazer isso de uma forma sistemática! Gostei muito da sua abordagem, bem objetiva! Foi para isso que fiz medicina! Grande abraço!

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  2. ... Breno, parabéns pela entrevista dada ao MG-TV. Falou muito bem. Tranquilo, completo, em linguagem de fácil acesso. É interessante. Em cada especialidade ocorre o mesmo: chegam ao psiquiatra querendo um "elétrico da cabeça" - (explico que tem pouca utilidade em alguns casos de epilepsia) e um raio x da cabeça (que não tem utilidade nenhuma em psiquiatria); além de ressonância ou tomografia de encéfalo (que mostraria alguma lesão orgânica), na maioria das vezes descartada por uma boa anamnese e exame clínico... Em psiquiatria não há exame diagnóstico.. Imagine: "Eu, com depressão? Isso é coisa de rico, doutor... ", ou "Meu marido não acredita e acha que é frescura"; ou uma pessoa com transtorno bipolar, que o perito do Inss acha que está "simulando para obter benefício...". São os ossos do ofício de médico. Interessante que 80% das queixas aos clínicos e outros especialistas são psicossomáticas ou de origem psiquiátrica (ênio Pietra); Infelizmente, poucos médicos tiveram essa formação e tem essa escuta diferenciada que você tem... Aí vão encaminhando o paciente a vários especialistas... que dizem que o sujeito não tem nada... até chegar ao psiquiatra, porque "você não tem nada"; Então é, a psiquiatria a clínica do nada?.....Divagação minha (como sugere o nome do seu blog..). Saudações Atleticanas, Marcio Candiani, Psiquiatra - https://sites.google.com/site/marciocandiani/

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